Problem Framing: o que é e importância no Product Design
Gustavo Paiva

Gustavo Paiva

7 minutos de leitura

No Product Design, a maneira como abordamos um problema a ser resolvido com determinado produto é decisiva para o sucesso do projeto. É por isso que a prática de Problem Framing é tão importante. Você sabe do que se trata?

Embora seja fundamental, muitas vezes, esse conceito é negligenciado por times de produto, que não compreendem seu potencial de garantir o foco no que realmente interessa para criar a solução ideal.

Com isso em mente, neste conteúdo, vamos explorar juntos essa abordagem que pode revolucionar a forma como Product Designers pensam uma solução, do brainstorming à prototipagem. 

Descubra o que é Problem Framing, sua importância no design de produtos digitais, as principais etapas envolvidas, entre outros detalhes sobre o assunto. Boa leitura!

O que é Problem Framing

Problem Framing é um termo em inglês que pode ser traduzido para “enquadramento de problema”. Trata-se do processo de compreender e definir de maneira clara um problema antes de partir para a busca por soluções que o resolvam

No caso do design de produtos digitais, a abordagem participa da estratégia de Product Discovery. Auxilia os profissionais a se aprofundarem nas reais necessidades do usuário. É um passo importante para explorar soluções que sejam criativas e impactantes, de forma a atender as expectativas do usuário e as demandas do mercado de produto.

A importância do Problem Framing no processo de inovação

O Problem Framing é importante por possibilitar um entendimento claro do problema que deve ser resolvido por meio de uma solução. Quando o time de produto tem uma visão clara das necessidades do usuário, os esforços para atendê-las são mais bem direcionados.

Um problema bem estruturado, além de orientar com assertividade o desenvolvimento do produto, também fomenta a colaboração mútua entre os membros da equipe. Como resultado, a criatividade e inovação são ativadas em busca de uma solução que agregue valor de verdade para o mercado. 

A diferença entre Problem Framing e Problem Solving

É bastante comum confundir esses dois conceitos, mas é importante entender que são coisas diferentes.

Enquanto o Problem Framing tem como principal objetivo definir de forma clara o problema a ser resolvido, o Problem Solving se ocupa da aplicação de métodos e estratégias na busca por soluções efetivas para ele.

Um método utilizado no Problem Solving é a metodologia 8D. Essa é uma técnica de solução de problemas baseada em 8 disciplinas, ou passos, em busca da causa de um problema e a consequente aplicação de uma ação corretiva.

Outra estratégia, ainda, é a DMAIC, sigla em inglês para:

  • Define (Definir);
  • Measure (Medir);
  • Analyse (Analisar);
  • Improve (Melhorar) e 
  • Control (Controlar).

Ela estabelece um roteiro para resolução de problemas seguindo essas cinco etapas.

Em suma, a principal diferença entre Problem Framing e Problem Solving é que o primeiro foca no problema e o segundo na solução. Dessa forma, ambos integram o processo de desenvolvimento de produtos em etapas distintas, porém fundamentais.

As principais etapas do Problem Framing

Agora que você já sabe o que é Problem Framing e sua importância no Product Design, chegou a hora de descobrir como ele funciona na prática. Confira, a seguir, as principais etapas.

Identificação do problema

O primeiro momento do Problem Framing consiste em identificar o problema que precisa ser resolvido de forma precisa. Para isso, o time de produto deve realizar pesquisas e coletar de dados a fim de entender quais são as necessidades do usuário.

Contextualização do problema

Uma vez identificado, é hora de investigar o contexto que cerca esse problema. Assim, focar elementos como a causa do problema e suas consequências, o ambiente em que ele ocorre, o comportamento do usuário diante dele e as limitações envolvidas, ajudam o time a construir um panorama da situação que a solução se propõe a resolver.

Compreensão das demandas do mercado

Essa etapa é crucial para entender como uma possível solução se encaixa, ao mesmo tempo em que se diferencia e se destaca no mercado. Assim, pesquisas de mercado ajudam a compreender ainda mais as lacunas que impedem o usuário de ter suas dores sanadas, além de ajudar a organização a entender como a solução se alinha ao seu core business.

Refinamento do problema

Uma vez que se chegou a um problema claro e determinado, é importante realizar revisões com o time de produto e líderes, a fim de refiná-lo com base nas hipóteses levantadas e informações coletadas. Esse processo assegura que todos os aspectos importantes sejam levados em conta, de modo a aumentar as chances de sucesso no desenvolvimento da solução.

Ferramentas e métodos para Problem Framing

Existem algumas ferramentas e métodos que podem ser usados para impulsionar o processo de Problem Framing, como:

  • brainstorming: consiste em estimular o pensamento criativo em equipe em busca de ideias e soluções diversificadas;
  • storytelling: ajuda a articular o problema com situações hipotéticas, a fim de aprofundar a contextualização do problema;
  • frameworks de design thinking: eles podem guiar todo o processo de Problem Framing ao focar na empatia pelo usuário e em suas necessidades e desejos;
  • mapas de empatia: outra ferramenta que ajuda a equipe a se colocar no lugar do usuário e a compreender suas dores;
  • 5 Why’s (porquês): essa técnica permite um melhor enquadramento do problema a partir de cinco perguntas para se chegar à raiz de determinado problema.

5 Erros comuns no Problem Framing e como evitá-los

Embora seja uma abordagem muito útil no design de produtos digitais, o processo de Problem Framing pode ser marcado por alguns equívocos. A seguir, confira os erros mais comuns e descubra como evitá-los.

Definir o problema de forma vaga

A falta de clareza na definição do problema pode barrar a criatividade na hora de buscar soluções que sejam eficazes. Portanto, não tenha pressa: aprofunde o entendimento da equipe antes de determinar o problema com poucas informações.

Desconsiderar o usuário

É importante compreender bem como o problema se relaciona com o usuário final. Portanto, procure conhecer a fundo a persona para a qual a solução será desenvolvida, envolvendo o máximo de contexto possível.

Criar soluções prematuras

Mais uma vez, a palavra de ordem é paciência. Partir para a criação de protótipos de soluções sem antes conhecer a fundo o problema, além de erros, acarreta gastos desnecessários, tanto de dinheiro quanto de recursos materiais.

Ter uma visão limitada do problema

O time de produto deve trabalhar de forma colaborativa, se possível em diálogo com equipes de outras áreas estratégicas da organização. Isso evita uma visão limitada e isolada do problema, ampliando os horizontes para buscar uma solução mais completa.

Não documentar o processo

De nada adianta fazer sessões de brainstorming, levantar hipóteses e cenários para o problema, se não for registrá-los para consultas futuras de referência. Documente todo o processo e disponibilize para toda a equipe.

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Com as dicas deste artigo, você já pode fazer o enquadramento do problema com mais precisão e lançar mão das melhores ferramentas nesse processo.

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