Gustavo Paiva

Gustavo Paiva

8 minutos de leitura

Quem trabalha na área de tech sabe como alinhar a visão técnica com os objetivos estratégicos pode ser um grande desafio. Afinal, como a liderança em tech consegue projetar o trabalho das equipes e tornar a área visível para todos?

Esse foi o assunto do episódio #63 do Mesa de Produto, o podcast da PM3 que promove as discussões mais atuais e relevantes sobre o universo da tecnologia e sua relação com a criação de produtos digitais no Brasil. 

Nele, Marcell Almeida e Fernanda Faria conversaram com Roberto Mameli, diretor de tecnologia da Sympla, com mais de 15 anos de experiência na área de tech. 

O papo rendeu muitas reflexões, insights e caminhos para construir uma liderança de peso. Portanto, elaboramos este conteúdo com os destaques do episódio para você ficar por dentro da importância da liderança em tech para o sucesso de qualquer negócio. Boa leitura!

Veja também: Conheça as novas Pós-Tech FIAP+PM3+Alura e saiba como elas podem evoluir sua carreira para o futuro

Quem é Roberto Mameli, líder de tecnologia da Sympla

Roberto Mameli é líder de tecnologia inovativa da Sympla, uma plataforma digital de criação, publicação e venda de eventos e conteúdos digitais. Ele nasceu na Itália, formou-se em Ciência da Computação, viveu e atuou profissionalmente nos Estados Unidos, no Vale do Silício e, atualmente, mora no Brasil.

Ele destaca como um momento importante de sua carreira seu trabalho no processo de transformação digital da Allstate Corporation, uma das maiores empresas de seguros dos Estados Unidos. Segundo Roberto, essa vivência foi importante para entender como uma empresa deve atuar pelo bem, com comprometimento social e desejo de transformação.

Importância da diversidade na área de tech

O ponto de partida da conversa com Roberto Mameli já evidencia seu aprendizado sobre a importância da diversidade nas áreas de tech e produto. De acordo com ele, o Vale do Silício apresenta uma diversidade cultural que influencia diretamente nos negócios, por ser um ambiente com pessoas de todas as partes do mundo.

Isso é crucial para as mais diversas atividades e times de uma empresa, seja de produto ou de tecnologia, conferindo o sucesso do Vale do Silício como um modelo a ser perseguido. Afinal, para além do produto e da tecnologia, são as experiências e vivências singulares que realmente promovem transformações na sociedade. 

Nesse sentido, tanto a área de produtos quanto de tecnologia, devem se munir de vivências únicas para que a criatividade e a inovação trabalhem em prol de transformações verdadeiras e impactantes.

Eliminando as fronteiras entre CTO e CPO

Sobre sua liderança em tech no Sympla, Roberto fala sobre como as fronteiras entre cargos executivos de CTO e CPO podem – e talvez devam – ser transpostas. CTO é a sigla para Chief Technology Officer, ou Chefe/Diretor de Tecnologia, enquanto CPO significa Chief Product Officer, ou Chefe/Diretor de Produto. 

No entanto, para Roberto Mameli, muitos negócios de sucesso compreendem esses dois cargos como integrados, por vezes, ocupados pela mesma pessoa. Afinal, ser uma empresa de tecnologia, em última instância, envolve a entrega de valor por meio de um produto, que, por sua vez, entrega uma experiência, seja ele qual for. 

Para que isso seja possível, produto, design, tecnologia, marketing, infraestrutura, em suma, toda a estrutura de uma empresa deve atuar de forma integrada para garantir o sucesso dos resultados.

A metodologia e o processo estão a serviço da missão

Perguntado sobre o número máximo de liderados que um líder deve ter, Roberto Mameli responde com uma reflexão muito relevante sobre o lugar privilegiado que a missão da empresa tem sobre os métodos e os processos para conquistá-la.

Segundo o diretor de tecnologia do Sympla, o número exato varia de situação para situação. Um bom líder deve perceber isso, mantendo o foco na missão e uma postura flexível.

Portanto, uma liderança em tech deve colocar a metodologia e o processo a serviço da missão, focando no “o quê” em detrimento do “como”. Isso não significa que sejam descartáveis. Muito pelo contrário. Mas sua forma será ditada pelo “o quê”, pela missão do negócio.

Conhecimento versus sabedoria na liderança

Outro assunto abordado foi a importância do repertório do líder, o qual, para Roberto, tem uma relação direta com a diferença entre conhecimento e sabedoria. Segundo ele, o conhecimento é importante e pode ser adquirido de várias formas, em livros, cursos etc. 

No entanto, o salto do conhecimento para a sabedoria se dá ao colocar em ação esse conhecimento nas mais diversas situações da vida. Afinal, são as vivências que transformam o conhecimento em um repertório, ou seja, na medida em que é praticado.

O repertório, portanto, é construído ao longo do tempo, com paciência e persistência, experiência de mercado, equipes diversas, na relação entre líder e liderado, enfim, no cotidiano da profissão.

Aproximar as equipes da dor do usuário

Não é incomum encontrar certa resistência entre equipes distintas de um negócio quando se trata de integrá-las. Engenheiros, profissionais de design, time de produto, entre outros profissionais, muitas vezes, desejam trabalhar de forma isolada, cada um com sua função. 

Entretanto, o líder em tecnologia a Sympla chama atenção para a preocupação que todos devem ter com o usuário final. Isso porque cada profissional tem uma importância específica, mas nem por isso isolada. 

O encadeamento dos processos, por mais distintos que pareçam, têm um mesmo destino: o cliente, a experiência do usuário. Sendo assim, o engenheiro não deve se preocupar só com o código, ou o designer, apenas com a tela e assim por diante. É preciso que código, tela e cada componente do produto estejam conectados com a dor do usuário.

Isso está diretamente relacionado com a cultura da empresa, que deve estar no horizonte de líderes em tecnologia e produto, para alinhar os times de forma estratégica com um mesmo propósito. Mais uma vez, os times precisam conhecer a missão do negócio, focando no “o quê”, mais do que no “como”.

Confiança nas perguntas, mais do que nas respostas

Acertar no protótipo é uma ansiedade compartilhada por muitas equipes de produto. Afinal, a velocidade de desenvolvimento, os prazos a serem cumpridos e todas as incertezas nesse processo podem ser encarados como uma verdadeira pressão pelo time.

Nesse ponto, Roberto afirma a importância de cultivar uma mentalidade na qual o discovery e o desenvolvimento de produto devem ser vistos como algo contínuo. Isso no sentido de que sempre haverá perguntas sem respostas, até que o produto esteja na rua.

A diferença, portanto, está na confiança depositada nas perguntas, em vez de nas respostas. São elas que nortearão o desenvolvimento contínuo do produto, que, evidentemente, precisa ser finalizado em algum momento.

A questão é que a resposta final será sempre do usuário. Planejamento, mapeamento e previsões são importantes até certo ponto. Uma liderança em tech e produto bem-sucedida sabe disso e confia nas próprias perguntas para desenvolver um bom protótipo. 

Conheça o Mesa de Produto, podcast da PM3 no YouTube!

Viu como o papo com Roberto Mameli rendeu insights valiosos sobre liderança em tech e produto? As experiências compartilhadas pelo diretor de tecnologia da Sympla mostram como é importante focar na missão do negócio e acreditar no repertório construído ao longo do tempo na hora de liderar equipes multifacetadas.

Se você curtiu essa conversa, saiba que no canal da PM3 no YouTube você encontra todos os episódios do Mesa de Produto, nosso podcast exclusivo sobre o mercado de produtos e tecnologia. São mais de 70 episódios, todos com convidados ilustres e as pautas mais atuais do universo do Product Design.

Além disso, há outros conteúdos sobre os cursos da PM3, palestras, lives e muita informação para profissionais que desenvolvem, analisam, criam, comunicam e aprimoram produtos digitais no Brasil!

Eleve a barra da sua carreira com o conhecimento e a sabedoria compartilhados por experts do mercado. Acesse nosso canal no YouTube!