Victoria Carneiro

Victoria Carneiro

10 minutos de leitura

Todo negócio precisa ter uma mentalidade de aprimoramento contínuo. O Six Sigma, ou Seis Sigma, é uma metodologia que prioriza a gestão de qualidade e visa reduzir a quantidade de defeitos e a variabilidade nos processos produtivos.

Acompanhe a leitura para conhecer a fundo essa metodologia e como ela pode ser útil para o aperfeiçoamento de processos e o aumento na qualidade do seu negócio.

O que é Six Sigma?

Six Sigma é uma metodologia desenvolvida com base no conceito de “sigma”, que em estatística representa uma variação, ou desvio padrão, dentro de um sistema. O objetivo da metodologia é a redução máxima de defeitos, o aumento da qualidade nos produtos e serviços e a diminuição da variabilidade dos processos produtivos.

Em outras palavras, o método visa atingir um nível de desempenho máximo e uma eficiência operacional excelente, com a redução de defeitos a 3,4 por cada milhão de oportunidades. 

Isso significa identificar erros no processo e trabalhar com alto desempenho para reduzi-los significativamente, assegurando uma maior qualidade final para a empresa e o cliente.

O conceito de Seis Sigma, que reúne diversos processos e métodos, foi desenvolvido ainda na década de 1980 pela Motorola, mas só ganhou popularidade e foi aprimorado mais adiante, em meados de 1990, por Jack Welch, da General Eletrics.

Atualmente, é amplamente utilizado em diversas indústrias e negócios, que vão desde manufatura e tecnologia da informação até finanças, saúde e serviços, ajudando a reduzir desperdícios, diminuir custos operacionais e aumentar a eficiência do negócio.

Principais conceitos do Six Sigma

A metodologia Seis Sigma conta com alguns conceitos fundamentais para seu entendimento e funcionamento. Confira a seguir os principais:

  • sigma;
  • DMAIC;
  • variabilidade;
  • CTQ (Critical to Quality);
  • processo de melhoria contínua.

Sigma

Em uma distribuição estatística, sigma representa uma variação, ou seja, um desvio padrão dentro de uma análise. Na metodologia Seis Sigma aplicada aos negócios, visa-se obter a maior qualidade nos processos produtivos, com o menor número de defeitos no processo. 

Assim, o sigma como representação da variação atua como uma espécie de classificação de qualidade em que quanto maior for o nível de sigma (6) dentro dessa escala, menor será a variabilidade dentro do processo. Consequentemente, menor também será a probabilidade de erros e defeitos.

DMAIC

É uma sigla que significa Definir, Medir, Analisar, Melhorar e Controlar. Refere-se às etapas de um dos métodos mais utilizados na implementação da metodologia do Six Sigma.

Variabilidade

São as mudanças ou desvios dentro do processo. Na metodologia Seis Sigma, visa-se reduzir ao máximo a variabilidade para alcançar a excelência e a qualidade final esperada.

CTQ (Critical to Quality) 

Esse conceito é fundamental dentro da metodologia Six Sigma, pois busca identificar as características cruciais dentro de um processo ou produto para atender as necessidades do cliente.

Quando esses atributos não são alcançados, a qualidade do produto final é impactada, o que se reflete na experiência do cliente.

Na implementação do Six Sigma, geralmente definem-se os CTQs nas fases de Definir e Medir do ciclo DMAIC, transformando essas características em requisitos e ajudando em todo o processo de melhoria. 

Processo de melhoria contínua

Essa é uma das filosofias do Six Sigma, que visa o aprimoramento contínuo das operações, com o objetivo de alcançar sempre o maior nível de qualidade dentro de um processo produtivo.

Essa abordagem é sistemática e incremental, buscando começar e finalizar ciclos de aprimoramento para alcançar e manter a excelência dentro da organização. 

Benefícios do Seis Sigma

A metodologia Seis Sigma promove inúmeros benefícios aos negócios, ao otimizar desde processos pontuais até implementações mais complexas em toda a organização. 

Alguns benefícios do Six Sigma são:

  • promoção da cultura de melhoria contínua: com vistas a aprimorar com constância os processos produtivos da organização;
  • aumento na qualidade final dos processos produtivos: ao aplicar a metodologia, espera-se observar um aumento significativo na qualidade de produtos e processos;
  • aumento na satisfação do cliente: ao entender e melhorar processos, reduzem-se as probabilidades de erros e defeitos, aumentando a satisfação do usuário final;
  • redução de desperdícios e custos do processo: identificar gargalos que levam a ineficiências é indispensável para reduzir custos e desperdícios;
  • otimização da eficiência operacional e redução da variabilidade: leva a melhores resultados e a maior qualidade.

Como implementar e quais são as etapas do Six Sigma?

Pode-se implementar o Six Sigma principalmente por meio do método DMAIC, que assume uma estrutura cíclica. Isso significa que é uma metodologia de melhoria contínua, em que os resultados gerados devem servir como base para os próximos ciclos de aprimoramento.

Compõe-se o método DMAIC em cinco etapas. A partir delas, uma empresa consegue identificar processos, defeitos e erros, suas causas raiz, e implementar melhorias em processos operacionais para alcançar a excelência na qualidade final.

As etapas do DMAIC são:

  • definir;
  • medir;
  • analisar;
  • melhorar; e
  • controlar.

Definir

A primeira etapa do ciclo busca a identificação de problemas, o estabelecimento de metas e a compreensão dos requisitos, assim como a definição dos profissionais que estarão envolvidos no projeto.

Uma ferramenta utilizada nessa etapa para mapear de forma organizada o projeto é o Project Charter. Esse documento contém informações cruciais sobre o projeto, como o seu escopo, os problemas a serem resolvidos, o cronograma e os membros envolvidos, entre outros.

Além disso, o diagrama SIPOC também é muito útil para mapear os processos e entender os pontos críticos de cada etapa antes de partir para a próxima fase.

Medir

Após identificar os problemas relevantes nos processos produtivos, é hora de entender o desempenho atual desses processos. 

Para isso, realiza-se a coleta de dados relevantes e confiáveis e o uso de ferramentas como histogramas e gráficos de controle para entender, de maneira precisa, sua performance ao longo do tempo.

Em outras palavras, é um ponto de partida para compreender o desempenho dos processos internos atuais e usar esses dados como base para fazer análises futuras e propor as melhorias necessárias.

Analisar

Uma vez que a empresa entendeu o desempenho de seus processos internos, é possível averiguar as causas-raiz que levam à atual ineficiência operacional e falta de qualidade nos processos.

Por exemplo, uma empresa identificou uma falha operacional em sua equipe de atendimento ao cliente, na qual recebe queixas sobre o tempo de espera para o suporte. Os relatos dizem que o tempo é dez vezes maior do que o esperado.

A partir dessa informação, na etapa de análise, identifica-se exatamente a causa desse problema, ou seja, as possíveis razões para que isso esteja ocorrendo.

Ferramentas como 5 Porquês, Diagrama de Ishikawa (Fishbone Diagram) ou a Análise de Pareto são comumente usadas para chegar à origem dos problemas e começar a pensar em soluções de melhoria.

Melhorar

Ao obter um entendimento completo das causas dos problemas, a etapa de Melhorar (Improvement) visa implementar soluções para eliminar essas origens causais e garantir a melhoria nos processos.

O objetivo é desenvolver as soluções, criar um plano de ação realista com os recursos necessários e um cronograma do projeto. 

Nesse processo, o brainstorming de ideias em grupo pode ajudar a identificar as melhores soluções para reduzir a variabilidade dos processos. Além disso, realizar testes-piloto em menor escala é indispensável antes de fazer a implementação completa de melhorias. Estes testes ajudam a validar a eficácia das ações.

Controlar

Após implementar as melhorias na empresa, a fase de Controle serve para garantir a efetividade das mudanças ao longo do tempo, monitorando com frequência o desempenho dos processos.

Para isso, cria-se um plano de controle com métricas, procedimentos e ferramentas que ajudem a monitorar o processo. Os gráficos de controle também são ferramentas essenciais para monitorar a variabilidade do processo e obter feedback sobre o desempenho das mudanças.

A melhoria contínua efetiva-se nessa etapa. Com base nos resultados obtidos no ciclo, pode-se continuar aprimorando os processos da empresa com vistas a alcançar a excelência na qualidade e a redução da variabilidade nos processos produtivos.

Quais são as certificações em Six Sigma?

As certificações em Six Sigma são fundamentais para garantir a efetividade da implementação dessa metodologia em uma empresa. Existem diversos tipos de certificações, que vão desde o básico até o avançado, e capacitam os profissionais em vários níveis de competência dentro da metodologia. 

As principais certificações são:

  • White Belt;
  • Yellow Belt;
  • Green Belt;
  • Black Belt;
  • Master Black Belt.

Cada certificação contempla diferentes níveis de conhecimento dentro da metodologia, sendo a “White Belt” a mais básica, e a “Master Black Belt” a mais avançada.

Além disso, as certificações de Six Sigma são reconhecidas mundialmente como referência na área de gestão de qualidade.

Entretanto, não é preciso fazer todas as certificações. É possível escolher aquela que mais faz sentido para o profissional e seus objetivos.

Por exemplo, muitas pessoas escolhem partir diretamente da certificação intermediária “Green Belt”, a fim de obter um conhecimento mais profundo da metodologia e poder assumir maiores responsabilidades em projetos que usam o Seis Sigma.

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O Six Sigma é uma metodologia de gestão de qualidade altamente reconhecida e usada em organizações de tamanhos variados. 

Por meio das análises profundas e complexas, que se baseiam em estatística e processos estruturados, é possível identificar defeitos, ineficiências e erros, além de reduzir a variabilidade com eficiência, levando a uma maior qualidade final. 

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