Nos últimos anos, a área de Produto Digital passou por uma série de transformações. Com o avanço da Inteligência Artificial, a configuração de muitos times mudaram, assim como processos e o jeito de fazer e gerir Produto. Contudo, não tivemos apenas alterações estruturais. A cada ano, a faixa salarial em Produto acompanha essa metamorfose, e hoje vive um momento de maturidade e estabilidade. O ano de 2025 aponta um cenário com faixas intermediárias fortalecidas e um crescimento consistente no “topo da pirâmide”.
Vamos entender melhor o que isso significa na prática? A seguir, você irá conferir dados inéditos do novo Panorama do Mercado de Produto: Salários 2025-2026, realizado pela PM3 que ouviu mais de 2 mil profissionais da área.
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Um mercado que se equilibra: menos extremos, mais consistência
Em 2025, 29,05% dos profissionais de Produto estão nas faixas entre R$ 15.001 e acima de R$ 30.000. Ou seja, um crescimento de 3,17 pontos percentuais em relação a 2024.
Esse avanço mostra que a área está consolidando padrões de remuneração mais equilibrados, impulsionada por estruturas de carreira mais bem definidas e pela valorização de profissionais com experiência estratégica.
A maior parte do mercado, entretanto, ainda está nas faixas entre R$ 8.000 e R$ 20.000, o que revela um ponto de equilíbrio saudável entre base e liderança.
O mercado brasileiro de Produto vive um momento de consolidação. As faixas intermediárias deixaram de ser um ponto de passagem — agora, são o novo padrão de maturidade.
O topo cresce na faixa salarial em Produto, mas segue restrito
As faixas mais altas acima de R$ 21.000 representam 11,02% da amostra. Dessas, 8,28% estão entre R$ 21.001 e R$ 30.000, e apenas 2,74% ultrapassam R$ 30.000. Esses números refletem uma realidade: os grandes salários continuam sendo exceção, concentrados em lideranças, CPOs e especialistas seniores.
A boa notícia é que os profissionais estão conseguindo avançar com consistência, especialmente nas faixas intermediárias, sinalizando um amadurecimento da profissão e das estruturas de Produto no Brasil.
Por que o salário em Produto se estabilizou
A estabilização das faixas de base (até R$ 5.000) e o crescimento das faixas médias e altas indicam um mercado mais criterioso e competitivo.
Entre os fatores que explicam essa consolidação, destacam-se:
- Maior senioridade técnica dos profissionais;
- Evolução dos planos de carreira nas empresas;
- Demanda crescente por perfis híbridos (estratégia + dados);
- Investimentos em IA e inovação, que valorizam posições de alto impacto.
Em outras palavras: a progressão salarial está mais ligada a resultado e especialização do que a tempo de casa ou títulos formais.
Distribuição regional: São Paulo ainda lidera, mas novos polos crescem
O Sudeste segue como o principal polo de Produto no Brasil, com 71,29% dos profissionais e as maiores faixas salariais do país.
Em São Paulo, 38,47% dos profissionais ganham acima de R$ 15.000, impulsionados por startups, multinacionais e grandes ecossistemas de inovação.
Mas há sinais de descentralização:
- Minas Gerais viu a faixa entre R$ 21.001 e R$ 30.000 saltar de 2,48% para 8,03%;
- Rio de Janeiro apresentou avanço nas faixas de R$ 15.001 a R$ 20.000, que subiram quase 10 p.p. em um ano.
Esses dados revelam que o talento em Produto está se espalhando pelo país, acompanhando o fortalecimento de polos regionais.
Afinal, o que aprendemos com esses dados?
Para empresas:
- Transparência salarial é essencial para reter talentos e manter competitividade.
- Políticas de remuneração alinhadas à realidade de mercado ajudam a reduzir a evasão para empresas internacionais.
- Investir em planos de crescimento estruturados e benefícios personalizados é cada vez mais estratégico.
Para profissionais:
- Especialização e liderança são os principais vetores de crescimento.
- Trilhas de carreira em Product Management, Dados e AI seguem como as mais promissoras.
- Buscar certificações reconhecidas e aprimorar soft skills de influência e comunicação são diferenciais para chegar ao topo.
O que esperar até 2026
Os dados de 2025 mostram que o mercado atingiu um ponto de equilíbrio: nem inflação, nem euforia.
O crescimento agora é sustentado por maturidade e conhecimento.
Para os próximos anos, as maiores oportunidades estarão em papéis de interseção — entre Produto, Dados e Inteligência Artificial —, onde profissionais conseguem gerar valor mensurável e estratégico.
Empresas que estruturarem suas trilhas de carreira baseadas em impacto e performance sairão na frente na atração e retenção de talentos.
Estabilidade é o novo sinal de força
O mercado de Produto Digital brasileiro amadureceu. A faixa salarial em Produto, principalmente as intermediárias, se consolidaram, os salários de liderança se estabilizaram e o crescimento é mais consciente.
Estamos em um momento de equilíbrio — e não de estagnação.
O desafio daqui em diante será garantir que essa maturidade se traduza em oportunidades reais de ascensão, diversidade e reconhecimento.
O equilíbrio entre competitividade salarial e desenvolvimento de carreira será o grande diferencial do setor até 2026.
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